As tradicionais construções do sertão nordestino proporciona uma experiência mais imersiva na cultura local
Um
dos grandes baratos de se hospedar em um hostel, em detrimento às
opções tradicionais de hospedagem, é a certeza que cada um tem uma
personalidade própria, desenha experiências personalizadas e se preocupa em exaltar as características dos destinos em que estão instalados.
O casal Luiz Porto e Tieme Pinho, em viagem pelo Nordeste de carro, viveram essa experiência por acaso.
Crédito: DivulgaçãoInterior de uma das casas de taipa do Aju Hostel, que fica a 200 metros da praia de Atalaia, em Aracaju.
Luiz contou ao Brasil Hostel News que gosta de viajar sem programar muito onde ficar, com a ideia de se surpreender com as opções que aparecem pelo caminho.
“Nunca
tinha ficado em um hostel. Entramos em um aplicativo e fizemos a
reserva sem saber que ficaríamos em um quarto tão diferente e temático”,
conta Luiz depois de se hospedar em uma das suítes de taipa
recentemente inauguradas pelo Aju Hostel, que fica a 200 metros da praia de Atalaia, em Aracaju.
Crédito: DivulgaçãoO processo de construção 100% manual levou quatro meses
Em
uma casa cheia de referências à cultura nordestina com xilogravuras,
cordéis e muita chita espalhada por todos os cantos, o empresário
Rogério Brandão, proprietário do hostel, ainda queria oferecer uma
experiência mais imersiva aos hóspedes.
“O
quarto é cheio de detalhes, muito bonito mesmo. Foi uma surpresa também
a forma como fomos recebidos. Diferente de um hotel em que dão a chave e
falam qual é o quarto, a pessoa que nos recebeu apresentou todo o
lugar, com uma gentileza incrível e ainda nos levou até o quarto”, conta
o turista que garantiu que a experiência deve ser repetida da próxima
vez que for à cidade.
Crédito: DivulgaçãoAs suítes foram erguidas com a técnica milenar que usa barro e madeira
“Eu
sentia falta de algo mais marcante, no sentido de um espaço interno
onde os hóspedes pudessem passar uma noite realmente vivenciando algo
bem próximo da realidade nordestina”, conta ele que no segundo semestre
de 2019 construiu as Casas do Sertão, como chamam as suítes erguidas com
a técnica milenar que usa barro e madeira.
O
processo de construção 100% manual levou quatro meses e contou com o
conhecimento de dois profissionais que dominam a técnica. Depois de
erguida a estrutura de madeira é preciso um trabalho conjunto para
aplicar o barro, amassado em um processo conhecido por massapê, para que
as paredes fiquem firmes, resistam ao tempo e mantenham a umidade longe
das estruturas.
Crédito: Divulgaçãocondicionado, banheiro privativo com chuveiro elétrico e wi-fi
Para
garantir o conforto dos hóspedes no calor nordestinos os quartos,
batizados de Mandacaru e Chique-chique (dois tipos de cactos bem comuns
da região), contam com ar condicionado, cama de casal, TV e um banheiro
privativo, a única parte construída com alvenaria.
A
decoração é cheia de detalhes, como trabalhos em cipó realizados por
artistas da região, lampiões clássicos garantem a iluminação, além de
trabalhos de modelagem em barro feitos pelo artista plástico Wilson
Capilé, de Santana do São Francisco.
As
novas suítes, com diárias a partir de R$ 100 (o café da manhã custa
R$15 por pessoa), são as grandes apostas do hostel que é filiado à
Hostelling International, rede internacional presente em mais de 80
países. “É um sucesso entre os hóspedes e, desde a inauguração, tivemos
em janeiro uma média de 79% de ocupação. Acreditamos que essa novidade
vai se tornar o carro-chefe da casa”, comemora o hosteleiro.